CONDENAÇÃO
É costume do ser humano condenar seus semelhantes pelos erros do passado. Criando um estigma, uma tatuagem que o acompanhará para sempre; sem prestar atenção na dor daquele que está sendo condenado. No que o levou a agir de tal forma e nas mudanças que ele pode está apresentando.
Normalmente vemos o que é conveniente e apontamos fraquezas alheias para desviar a atenção das pessoas das nossas próprias fraquezas.
Recentemente assisti a um vídeo que falava de como Deus é imensamente amoroso e chega até nós sem se importar aonde estamos: olha nos nossos olhos e nos convida a levantar, abre caminhos, rompe barreiras; nos permite reconhecer nosso próprio valor apesar dos caminhos percorridos. Deus é humilde para nos fazer ver e acreditar na grande importância que temos para Ele e para muitas outras pessoas que sabem ver além dos erros e dos rótulos recebidos a vida inteira.
É preciso que reconheçamos que condenar não é competência nossa. Todos somos fracos. Sujeitos às mesmas paixões.
Significa que independentemente dos meus tropeços serem diferentes dos das outras pessoas, isso não me faz melhor. Somos igualmente imperfeitos.
O modo como agimos pode ser diferente, aparentemente; no entanto nada me faz diferente quando o assunto for pecar. Porque pecar é falhar e eu falho a todo momento.
Porque condenar aquele que é igual a mim?
Cheguei a conclusão de que perdoar é algo difícil porque precisamos primeiro reconhecer que erramos com as pessoas o tempo inteiro. E como virou costume condenar, perdoar passou a ser coisa divina; cabendo somente a Deus absolver as pessoas de suas falhas.
O perdão deve partir primeiro daquele que condenou para que ele também seja livre da prisão em se encontra: o orgulho.
Isso também me traz à memória, neste instante, uma frase que li, postada no Google +, nela escreveram: 70x7 e abaixo: SOMENTE DEUS ENTENDE.
O que não é verdade. Lá nos Evangelhos, quando isso é citado por Jesus Cristo, está sendo colocado ali uma mensagem simples, porém indiretamente. O que realmente está sendo dito é: Perdoe quantas vezes for necessário, pois a condição de filhos do pecado nos obriga a errar sempre. Várias vezes num mesmo dia! De modo que setenta vezes sete seria pouquíssimo, numericamente falando. Pois o pecado não é algo mensurável nem comparável. Não há pecado maior ou pecado menor, há simplesmente o pecado.
Isso pode ser comprovado com os dez mandamentos, que está presente no Velho Testamento e no Novo Testamento Bíblico, estes nada mais são que um conjunto de regras ou preceitos que servem para harmonizar a convivência do homem com seus semelhantes e com Deus.
Além de serem uma espécie de lei que regiam (em) as condutas, também é uma forma indireta de levar o sujeito a se perceber, humildemente reconhecer suas falhas. Porque há mandamentos fácies de cumprir e outros nem tanto. De modo que havendo tropeço em apenas um deles o sujeito não será visto como melhor do que aquele que tropeça em todos.
Fica subentendido que não há perfeição neste mundo. Ou seja, ninguém está plenamente habilitado a cumprir todos os mandamentos. Assim, como também não ninguém totalmente desqualificado que não possa tentar cumpri-los.
Significa dizer que quando o sujeito ama ao seu Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo, ele jamais será capaz de fazer seu próximo sofrer nem terá motivos para o condenar. Pois amar é acolher e ver o outro como igual, independente dos caminhos que este percorreu ou do lugar em que se encontra agora.
<Império dos Sonhos>